Neste momento, às 16h02 de uma segunda-feira, 04 de outubro de 2021, o universo digital está em colapso. Desde o meio dia, quem começou com a palhaçada foi o WhatsApp, que resolveu ficar "instável". E a partir daí, ele caiu de vez e levou seus amigos Facebook e Instagram junto.
Já não bastava isso, e agora apps de bancos, Youtube, Google e outros também começam a cambalear. A esta altura, ainda não sabemos se fomos hackeados, se o mundo está acabando ou se alguém está brincando para que a gente volte a viver como era há uns 10, 15 anos atrás, por meio de ligações e e-mails, apenas. Sabemos que já já essa pequena (enorme) turbulência passa, mas não posso deixar de refletir: quanta dependência temos desses canais!
E não digo só a dependência para evitar o FOMO (fear of missing out - medo de estar de fora do que a maioria está fazendo/vivendo), mas sim por estarmos inseridos em modelos de trabalho, de estudo, de saúde, de estruturas empresariais e de relações que dependem inteiramente do bom funcionamento desses canais. Somos uma grande rede humana que PRECISA (vejam bem) de uma rede virtual, para que tudo siga uma (nossa) normalidade inventada.
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foto divulgação/popline |
Eu não trago respostas não. Eu trago perguntas. Da mesma forma que critico o poder da internet e das redes sociais e plataformas na vida do ser humano, eu apoio e defendo que essas ferramentas facilitam muito a rotina, principalmente no que tange o trabalho (no meu caso, bastante). E aqui fica meu questionamento: essas redes que tanto conferem liberdade de pensamento, de expressão, de ação, também aprisionam, causam ansiedade, dependência emocional. Como encontrar um equilíbrio?
É aí, que nós humanos, pecamos. Não encontramos ainda uma forma de construir uma relação equilibrada com a internet. É tudo muito intenso, rápido, efêmero, instantâneo. Vivemos uma catarse despercebida, uma expulsão do que era anormal para nós como humanos antes de aceitarmos totalmente viver a vida com a presença do meio digital como um fio condutor. Enquanto, na verdade, o fio condutor deve ser a comunicação.
Seguimos sem WhatsApp, mas seguimos como marionetes sedentas pela volta dele. São vários sentimentos juntos, vividos globalmente neste momento: angústia, revolta, ânsia, alívio, porque, ainda bem, ainda somos humanos e sentimos. Mas e daqui a 5 anos? Como tudo isso estará? Em que processo da história e do desenvolvimento humano estaremos? Não apenas como consumidores de tecnologia, mas como criadores dessa tecnologia. Tecnologia que nos limita, que nos define, que nos rege e nos domina.
Nós não podemos cair.