Marcas e influenciadores digitais: um casamento que tem a obrigação de dar certo

julho 24, 2022

 Nano, micro, macro, giga influenciador... não importa o tamanho do influencer, o objetivo é sempre o mesmo: inspirar, agregar, vender, engajar e influenciar a audiência.

Os influenciadores digitais que estão há mais tempo no mercado digital como eu, sabem que, cada vez mais, com as atualizações de plataformas e algoritmos e mudanças de comportamento digital, o alcance/impressões/engajamento estão menores, mais difíceis de movimentar. 

Já as marcas estão divididas. Há as que estão mais inseridas no contexto tech e do marketing de influência e há as que somente buscam as métricas e resultados em forma de números e vendas. Não, não existe marca certa e errada, afinal, o objetivo é mesmo vender, mas quem trabalha com o digital e está atento, já entendeu que é necessário testar, se reinventar e evitar o imediatismo, caso o objetivo seja se manter relevante no meio.

Como a minha marca pode escolher o influenciador digital certo e ajudar a vender meu produto/serviço de forma mais assertiva? E como eu, influenciador, posso gerar uma entrega mais efetiva às marcas com que trabalho?

As marcas, primeiramente, devem conhecer o seu próprio público. A partir daí, a busca por influenciadores vai ser mais eficaz. Exemplo: uma marca que vende produtos saudáveis deve buscar um influenciador que mostre não só um estilo de vida saudável, mas que também tenha uma linguagem leve, que atraia na forma de se comunicar e que tenha com um perfil agregador, entre outras características.

Para facilitar o pensamento, uma marca pode pensar: esse influenciador usaria mesmo o meu produto? Seria um garoto ou garota-propaganda em uma campanha de mídia offline, por exemplo? Ele é a cara da minha marca? Se sim, estamos no caminho certo.

Nessa foto eu estava gravando uma série da publi que seria a mais importante da minha carreira de influenciadora até hoje: a universidade que me formei me notou e fez um contrato de meses comigo. A parceria deu super certo!

Influenciadores devem dominar as próprias métricas, devem saber com quem estão falando quando sobem um conteúdo e, portanto, sabem com que tipos de marcas podem agregar. Para o influenciador, o autoconhecimento é ouro.

Nada é superficial quando se fala de marketing de conteúdo e de influência. A audiência não é burra e está cada vez mais crítica e atenta ao que consome, portanto, não adianta tentar enganar o público, e isso vale tanto para marcas como para influenciadores.

Marcas: busquem influenciadores que realmente usam ou usariam a marca de vocês, seja ela serviço ou produto. Influenciadores: só trabalhem com marcas que realmente vocês se identifiquem, pois assim fica fácil inserir a publi num contexto mais natural do dia a dia de vocês.

Agora, falando de estratégia, tudo vai depender dos nichos de cliente e criador de conteúdo digital, mas um ponto importante que destaquei no período acima foi a questão da identificação e da naturalidade no dia a dia. As pessoas gostam de se conectar, de se identificar.  Por isso, o influenciador é a ponte perfeita entre marca e consumidor, e é exatamente por isso que os publiposts devem ser feitos com calma, planejamento, nos contextos de rotina, cotidiano. 

Contratos mais longos vão ser mais assertivos do que por exemplo apenas 1 post. 1 post não vai ter um efeito imediato e maravilhoso em conversões, muito pelo contrário. O influenciador, hoje, é um storyteller, um contador de histórias, um personagem da vida real na tela dos celulares das pessoas e, para influenciar alguém a consumir, deve inserir o produto/serviço de forma sutil para o seu público, criar um clima, uma linha do tempo, até falar de fato do produto, e as marcas devem estar cientes disso.

Não é simplesmente aparecer com o produto um dia e sumir, nunca mais falar sobre ele. Não é mais assim que funciona. Respeitemos as novas jornadas e desejos dos consumidores.

O orgânico, o real, o palpável, vai ser sempre mais efetivo. O que não impede de que um conteúdo seja patrocinado, impulsionado, afinal, se sua marca quer converter, o Instagram também quer. Então tem que investir nos anúncios. Mas tem que saber investir.

As marcas que estão começando nesse mundo do marketing de influência podem separar uma verba X para dois ou três influenciadores (cachê+verba de impulsionamento) e começar a testar a médio prazo se os resultados pretendidos começam a chegar.

E o influenciador deve estudar as marcas parceiras de forma macro, para que seja entregue um conteúdo de valor, que de fato agregue e influencie o seu público (que pode vir a se tornar um público para a marca contratante).

Marcas e influenciadores digitais podem firmar casamentos bem-sucedidos de semanas, meses e até mesmo de anos. Mas a obrigação de dar certo é dividida entre os dois, 50% de cada lado.



Alissa Magalhães é jornalista, especialista em mídias sociais, criadora de conteúdo digital e influenciadora de moda e beleza (@alissamagalhaes) e já trabalhou com diferentes marcas. Hoje é coordenadora de estratégias digitais e de marketing de conteúdo em uma grande agência de comunicação e branding da Bahia.

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