Levar uma vida leve - tentativas e obrigações ~ Especial Aniversário 27 anos

julho 01, 2022

 Por Alissa Magalhães

em 01.07.2022


Hoje é meu aniversário. Completo 27 anos - muito bem vividos por sinal - regados de bons momentos, aprendizados, privilégios e reflexões. Reflexões essas que vim compartilhar hoje aqui com vocês.

Todo fim e início de ciclo carregam bagagem, lições, mas também expectativas. Esse início de ciclo tem um gosto um tanto quanto agridoce pra mim. Eu nasci quando meus pais tinham 27 anos e esse é um dado que faz minha cabeça dar tilt e ao mesmo tempo sentir alívio

Acompanhe meu raciocínio: aos 27, eles já estavam juntos há 7 anos, casados há 1, com casa, trabalho e bebê no colo, no caso eu. Já a obra deles, eu de novo, aos 27, conto outras conquistas: fui promovida no trabalho, vivo um relacionamento comigo mesma e com meu parceiro de agradecer aos céus, estou prestes a rodar o mundo de novo, cheia de saúde, sigo estudando, melhorando, quero ter meu canto em breve e zero vontade de gerar uma vida, até então. E tudo bem. Mas a gente segue fazendo certas comparações com nossas referências, afinal é inevitável.

Quantas vidas cabem em uma mesma vida? Quantos sonhos, quantas comparações, quantas inspirações? Já pensou nessas perguntas sem resposta?


As várias vidas na mesma vida a que me refiro dizem respeito à pluralidade do ser humano. A graça de ser e a graça do ser. Eu me enxergo uma mulher tranquila, tensa, inquieta, que busca paz, que gosta de se aventurar, que ama rotina, que se cansa da rotina, que se motiva pelo amor, que reconhece a dor, mas não aceita sofrimento, que se valoriza, que se condena, se perdoa, se questiona e que, acima de tudo, tem sede de viver. Isso, tudo junto, e é só um resumo.

Nesse novo ciclo eu me atrevo e me obrigo a ser leve. Mais leve, menos tensa, mais despreocupada. Sou movida a uma perfeição que não existe. Tenho receio de errar. Gosto de ser admirada, amada, copiada. E aí eu sofro. Todo o sofrimento que não aceito, sou eu mesma que provoco. Louco, né? A autoconsciência e autoconhecimento são desafiadores, mas poderosos, porque a gente reconhece o momento de virar a chave, de fazer uma mudança. Ou ao menos tentar. O que é tentativa pra você? E obrigação?


Eu tento o que eu acho plausível e possível de mudar, mas que se não conseguir, tá tudo certo, aceito. Eu me obrigo mudar o que eu preciso mudar, pra viver melhor. Gosto de ser assertiva comigo mesma. Sempre em busca do que considero ser uma evolução.

Mas até que ponto podemos julgar a nós mesmos? Até que ponto é saudável a autocobrança

Na semana passada, fiz uma mini viagem de São João para o interior aqui da Bahia (terra da minha família materna e também do meu namorado) e que é o cenário que estampa as fotos desse post. 

Foi uma viagem necessária. Fui em lugares que há anos não ia, contemplei mais a natureza, me libertei para sentir as coisas, viver os momentos, fui sincera nos meus pensamentos, fui confusa, dancei, consegui desligar, o que há muito tempo não conseguia. E aí me veio um insight enquanto estava em cima de um morro a muitos metros de altura olhando o horizonte bonito das montanhas: eu sou pequena e sou enorme ao mesmo tempo, por isso, só preciso ser melhor pra mim mesma e para o mundo. Sem tantas tensões, sem tantas amarras ou desculpas. Eu posso ser quem eu sou. Eu tenho esse direito. O direito de escolher.


A partir desse novo ciclo, eu me escolho. Continuarei vigilante, mas a partir de agora serei mais leve. Vou reaprender a aprender. Agir de uma forma que impulsione minhas mudanças internas. A sede de vida é a mesma, é ela que me norteia. E por estar viva, eu me permito ser, estar, mudar de ideia, me sentir inteira, louca, sensata, equilibrada e confusa.

Hoje e daqui pra frente eu me permito ser imperfeita.

Que seja doce e memorável essa nova idade.

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