Anticoncepcional e bem estar: é possível?

outubro 26, 2019

Anticoncepcionais fazem parte da minha vida desde os meus 12 anos. Nessa idade, fui diagnosticada com a famosa SOP (síndrome do ovário policístico) e, por isso, precisei iniciar o tratamento com o anticoncepcional para camuflar os principais sintomas: muita acne, pelos desordenados, menstruação irregular, etc e tal.

Ao longo de - literalmente - metade da minha vida, fui acompanhada por médicos, endocrinologistas e ginecologistas para entender o desenvolvimento dessa condição que é tão comum entre as mulheres e a partir disso ir tomando as decisões certas em relação ao meu organismo.

Aos 12 tomava o Harmonet, fiquei alguns anos com ele, mas desenvolvi uma veia atrás da coxa. Por causa do risco de trombose, parei e aos 14 comecei o Mínima. Fiquei com ele até os 17 anos quando o efeito rebote começou, as espinhas começaram a aparecer com muita intensidade. A partir dos meus 17 e até hoje aos 24 anos, faço uso do Yaz, que foi a melhor escolha para mim, até então.

Todo mundo sabe os riscos e benefícios que o anticoncepcional traz. O importante é salientar que cada caso é um caso! O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. O essencial é que o acompanhamento médico continue para que as melhores decisões sejam tomadas.

Reprodução Google
Curiosa que sou, no início deste ano, resolvi fazer um teste. Fui na minha ginecologista e falei sobre a possibilidade de parar o uso do anticoncepcional por alguns meses para ver como meu corpo respondia, afinal, depois de tantos anos, quem sabe a SOP tinha estagnado ou melhorado?

A médica me disse que tudo bem e me passou a requisição dos exames que precisariam ser feitos depois de 3 meses sem tomar o remédio, para ver como estavam minhas taxas hormonais.

E lá fui eu. No primeiro mês sem usar, tudo ótimo! Menstruei normal, rosto sem espinhas, estava mais ativa, malhando mais, mais disposta, sem as dores de cabeça comuns do uso do anticoncepcional. No segundo mês, alerta amarelo. Não menstruei, comecei a ficar com muitas espinhas na testa, no colo e nos braços e a autoestima começou a dar sinais vermelhos.

Eu só precisava de mais um mês para fazer os exames e constatar o que na minha cabeça já estava claro: a SOP continuava bem presente no meu corpo, infelizmente.

Não consegui ceder à pressão que a acne e outros fatores estavam me causando, como odores na região íntima, e por isso, depois de 76 dias sem tomar o Yaz, voltei.

A volta foi tranquila. No primeira cartela ainda estava com espinhas, mas para minha surpresa, minha disposição continuava e os odores foram embora, o corpo começava a se reequilibrar hormonalmente de novo. 

Hoje, já estou na quarta cartela da volta e continuo super ativa, felizmente minha menstruação enfraqueceu e eu sinto pouquíssimas cólicas, antes sofria muito de dores de cólica! A acne já diminuiu consideravelmente e eu sigo uma vida com muito mais bem-estar, sem dores de cabeça ou no corpo. Ou seja, com os ônus e bônus, parar e voltar de tomar me fez bem!

Muitos médicos dizem que o melhor tratamento para a síndrome do ovário policístico é mudança de estilo de vida: fazer exercícios físicos, comer balanceadamente. Eu, particularmente, me considero vivendo uma vida bastante equilibrada, malho regularmente, como bem. O anticoncepcional ainda é a melhor escolha pra mim, mas tudo pode mudar ao longo dos anos e é bem provável que eu precise tomar novas decisões.

*Este post é um relato pessoal. Procure um médico para avaliar a melhor opção para o seu caso.

Beijos e até a próxima!

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