#Crônica - Dia do Trabalhador - e minha relação (nada saudável) com o trabalho

maio 01, 2023

 Hoje resolvi me dizer umas verdades. Daquelas que acredito, defendo, mas que tenho a maior dificuldade de colocar em prática no dia a dia.

Vai que hoje, 01 de maio, feriado do Dia do Trabalho/Trabalhador, é uma data estratégica para eu me lembrar que trabalhar é legal, paga minhas contas, financia meus luxos, mas também não me faz escrava de lugar nenhum, empresa nenhuma, ninguém e - principalmente - não me faz escrava de mim mesma.

Ah sim, sabe aqueles "workaholics" que muita gente se auto-intitula e acha o máximo? Os chamados "viciados em trabalho". Ai, gente... que preguiça. 

Aliás, posso dizer que tenho preguiça desse tipo de gente quando eu mesma sou "esse tipo de gente"? 🤔

Nunca tive uma relação saudável com o trabalho. E digo isso pra vocês cheia das caramiolas na cabeça porque não sei onde esse texto vai chegar, nem quem vai ler. Só resolvi escrever livremente hoje, neste feriado que - teoricamente - não estou trabalhando, como se tivesse conversando com uma amiga, com meus pais ou com meu namorado. 

O trabalho me suga, me adoece, me regenera, me move, faz bem pro ego, me faz feliz, me faz ficar com raiva. É uma relação, no mínimo, paradoxal.

E não, não tô falando da empresa atual que trabalho e dos freelas que pego. O problema não são (totalmente) as empresas que já me envolvi. É o trabalho em si. Eu e ele. A gente se depende tanto que já virou uma relação abusiva.

O ato laboral, a produtividade, o resultado, o não ficar parado. É tudo isso. Parece que sou viciada nisso, no bom e no ruim. Já tive o que chamam de burnout, foi lá no fim de 2020. Ruim demais. E, há poucos meses, voltei pra terapia porque estava prestes a entrar em um segundo burnout (ou esgotamento mental/físico associado ao trabalho). A terapia tem me ajudado, me acalmado, me feito refletir com mais consciência. 

Nossa senhora! Amanhã a rotina do trabalho volta pós-feriado e eu já tô sofrendo. Pra diminuir um pouco o desconforto, tô tentando aproveitar as últimas horas de hoje. Ainda são cinco e meia da tarde, vou assar um bolo, porque ontem tentei fazer isso onze da noite e o resultado foi um belo de um bolo solado. 

Vou parar, fazer esse bolo, torcer pra dar certo e comer mais tarde vendo Succession no HBOMax com Daniel no sofá da sala. Pequenas (grandes) coisas do dia a dia que nos fazem ver o real significado da vida, né não?

Mas, vamos lá para as verdades que eu preciso me dizer, repetir e voltar aqui nesse texto pra ler quando tiver vivendo um dia complicado demais:

- Alissa, você trabalha na área que sempre quis. Tá subindo suas escadas. Conhece um tanto de gente, ganha um dinheiro legal. Vive com dignidade. Lembra da viagem que fez pra Itália ano passado, boba! Lembra que vai conhecer a neve do Chile e vai voltar pra Argentina daqui a 4 meses, menina. O suor desse dinheiro sempre vale à pena!

- Moça, não se deixe sugar pelos outros ou pelas demandas. O que são demandas, afinal? Alguém vai morrer se você não responder o WhatsApp por meia hora? Você não é uma máquina, linda. Você é uma pessoa. Aceite isso e viva com mais saúde!

- Querida, a corrida com você mesma te apaixona ou te aprisiona? Você está em um lugar bom. Não vai se acomodar, mas pode relaxar! Vai, se permite, criatura!

- Meu bem, você pode até estar bem hoje, mas ainda está longe do lugar que, no seu íntimo, deseja estar. Então, não esmoreça! Siga em frente. Faça sempre o que acredita, busque o melhor, sem exageros e paranóias e lembre-se: é a jornada que dá o tom da sua vida. A jornada da sua vida, não a jornada de trabalho. É essa a riqueza que você quer levar pra si, a satisfação consigo mesma.

- Menina, seja leve. Essa vida passa voando, os 28 estão chegando. Nada é tão importante, nem urgente. Só sua paz. Você merece viver plena como aparenta pra quem te vê na rua, e não com essa pálpebra batendo sozinha involuntariamente por causa dos estresses diários.

Dito isso, agora vou me recompor. Tenho esse guia rápido de saúde mental  (😂aham, Cláudia, senta lá) pra quando estiver vivendo um dia louco de cobrança de clientes, de frustração com colegas e de chateação comigo mesma por sempre dar muita importância pra tudo isso. 

Hoje tô aqui, amanhã certamente estarei em algum lugar diferente, mas o que nunca muda é que eu sou meu lar, meu verdadeiro lugar. E dele, preciso cuidar.

Deixa eu ir fazer meu bolo que ainda tenho metade de um feriado pra aproveitar.

👄

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