O dia que eu paguei o Instagram para desativar minha conta

junho 28, 2023

 Crio conteúdo há 16 anos. Meu primeiro blog surgiu quando eu tinha 12, criei meu perfil do Instagram quando tinha 15. Escrever, comunicar, aparecer, falar, trocar, aprender, compartilhar, tudo isso faz parte de mim, da minha identidade, da minha essência. Antes mesmo da faculdade de jornalismo e da especialização em mídias sociais eu já criava conteúdo. E com muito orgulho.

E eis que o "reconhecimento" - bem entre aspas - que eu sempre quis no Instagram chegou. Estava eu lá na lista de espera para assinar a verificação do selo azul (Meta Verified) que me traria teoricamente mais alcance, mais autoridade e mais segurança nesta rede social. Fui contemplada, assinei, paguei, recebi e-mail de confirmação da assinatura e eis que eles desativam meu perfil para confirmar minha identificação, pra ver se eu era eu mesma e se sou maior de idade (tudo isso na semana que eu faço 28 anos).

Ok. Estranho isso de desativar perfil, mas não anormal. Falei com um tanto de gente, colegas da área. Cada um me disse uma coisa. Mas todos disseram que iria se resolver.

O Instagram me prometeu uma resposta em 48h para reativar o perfil, já com o selo. Enquanto eu escrevo esse texto pra vocês estou com sangue nos olhos, tristeza, ansiedade, apreensão, alívio, tudo junto, e explico. Ainda não se passaram as 48 horas que eles pediram, daí a Alissa ansiosa aparece. O sangue nos olhos é pela raiva. Como você paga um serviço pra te dar mais segurança e ele desativa seu perfil? 

Tristeza porque essa é a semana do meu aniversário, eu amo essa semana, estou cheia de planos, com publis para colocar no ar, minha festa daqui a 3 dias pra comemorar e claro, postar, e porque tudo isso é um banho de água fria. Meu ânimo virou desânimo e por isso a tristeza. Apreensão porque meu lado pessimista não acredita que eles vão me devolver meu perfil amanhã como prometido. E aliviada porque já consegui refletir um monte desde todo o acontecido - ah, e também porque isso já aconteceu e tem acontecido com muita gente injustamente, não só comigo.

Mas, olhando pela parte prática, porque eu coloquei tanta importância em uma rede social? Porque deposito parte da minha identidade pessoal ali? Porque essa sensação de dependência e desconforto horrível? Por outro lado, tem 10 anos de conteúdo ali produzido por mim, porque não há regulamentação ainda? Tanta gente vive disso, porque não existe suporte efetivo da plataforma? Porque raios estou tendo que ter de volta algo que é somente meu?

Mas aí é que tá né. A propriedade intelectual é minha, o espaço da plataforma não. Mas será que não mesmo? Agora que tô pagando uma assinatura?

Todos pontos a se pensar. A verdade gente, é que tô escrevendo pra desabafar. Como disse no início desse texto, criar conteúdo faz parte da minha essência. A verdade é que tô arrasada, com medo desse bendito perfil não voltar, assustada com meu grau de dependência por essa ferramenta de trabalho, mas também disposta a reinventar minha relação com o Instagram. Posso dizer que a única coisa positiva dessa espera infernal foi ficar mais atenta à minha saúde mental. 

Em tempo, agora aguardo. Tenho um aniversário pra celebrar, uma festa pra comemorar, amigos pra festejar. Vou registrar tudo e ainda assim, o Instagram não é minha vida, voltando a tempo das datas ou não.

São 11 mil e 900 pessoas que me seguem lá. O engajamento já foi melhor, mas eu amo o espaço que construí, minha audiência, meu perfil. Pra não ficar incomunicável, abri meu instagram pessoal de 300 seguidores como uma conta reserva. Sensação muito esquisita. 

Como o ciclo novo tá chegando, vou aproveitar pra refletir sobre isso também. Só eu posso me dominar, uma rede social não deveria ter tanto poder.



Estou por hora no perfil reserva @alissa.magalhaes o perfil desativado que espero poder voltar a usar em breve e com selo de verificação (confesso que nem questão tô fazendo mais) é o @alissamagalhaes

Agora é aguardar a boa vontade da plataforma, equilibrar essa ansiedade infernal e seguir em frente.

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